Acredito que o bambu seja uma boa opção para substituir o algodão na confecção de algumas roupas, tanto pela questão ambiental, já que o bambu precisa apenas de três
anos para produzir 10 mil árvores, seu cultivo necessita de pouca extensão de terra, cresce e se regenera rapidamente, dispensa a utilização de
pesticidas, não causa erosão, precisa de menos água que o algodão e possue uma boa absorção de CO
2; quanto pela questão da qualidade, a suavidade, ser antibacteriano, anti-odores e ter uma capacidade de absorção muito boa.
Os consumidores precisam perceber que ele detem o poder da moda e não o contrário. Nós escolhemos, nós usamos, nós compramos, somos nós que determinamos o que sai das vitrines e ganha as ruas. Temos o poder de colorir o mundo que nos cerca, portanto devemos ser mais criteriosos ao consumir e mais felizes e seguros em usar o que queremos mesmo que não esteja nas revistas.
Vamos procurar desenhar um mundo mais bonito, não apenas na estética, mas no respeito ao outro e ao meio ambiente.
Quando sair para comprar algo, avalie, primeiro se você realmente precisa disso ou daquilo e depois procure saber de onde veio, como veio. Não adianta você optar por um material supostamente mais ecológico e que na sua produção foi utilizada trabalho infantil, escravo ou explorador, se o transporte gastou muito combustível, se houve derrubada de árvores ...
Fiquem espertos!
"Com o tempo", prevê Beatriz Saldanha, uma
das fundadoras do Partido Verde no Brasil, "o consumidor exigirá que os dados de
procedência e produção estejam à vista, como já acontece com alguns produtos
alimentícios estrangeiros."
Ao lado do sócio, João Fortes, Beatriz desenvolveu, há 17 anos, a técnica
para a fabricação do Treetap®, o couro vegetal, feito com tecido 100% algodão
banhado em borracha extraída da seringueira nativa e vulcanizada em estufas
especiais. Foi preciso investir 1 milhão de dólares e alguns anos de pesquisa
para criar um material bonito, durável e que viabilizasse o sustento e a
permanência das famílias de seringueiros na Amazônia. "Eles são os guardiões da
floresta. Como vivem do manejo sustentável da região, sua presença é garantia de
que não haverá desmatamento", explica Beatriz. Hoje, a Treetap® virou nome do
negócio e emprega 50 famílias. Já foi premiada pelo Banco Mundial e pela
Fundação Getulio Vargas e pretende expandir sua atuação este ano, vendendo
matéria-prima para outras marcas.
GENTE GRANDE
Na maior empresa de vestuário do Brasil, a Hering, as questões ambientais
chegaram à linha de produção. Marcelo Toledo, gerente da área de desenvolvimento
de estamparia, diz que a empresa fica atenta aos detalhes no processo de
fabricação. Muitos corantes pretos, por exemplo, deixam resíduos de enxofre na
água, dificultando a limpeza dos efluentes. Preferimos pagar mais caro e
utilizar um corante preto mais seguro", revela Marcelo. Na marca infantil da
Hering, a PUC, há uma linha "rústica", que não emprega corantes e usa o mínimo
de produtos químicos e alvejantes. Agora, a empresa estuda limpar e amaciar o
algodão com argila. O tratamento dos jeans, lavados com cloro e outros produtos
agressivos para o meio ambiente, também poderá passar por mudanças. Empresas
menores, a pedido da Hering, já produzem parte dos jeans com desbotamento por
gás ozônio. "A idéia é repassar os novos conhecimentos para outras linhas da
empresa", afirma Marcelo.
Na hora de comprar, informe-se sobre a procedência
dos produtos e deixe clara sua preferência pelos sustentáveis. Se uma indústria
utiliza mão-de-obra infantil ou polui os rios, boicote seus produtos. Exercer
seu poder de consumidora é uma ótima forma de pressionar os fabricantes a adotar
tecnologias que não agridam o meio ambiente e a sociedade.
GUARDA-ROUPA VERDE
Planeje antes de comprarNada de compra por impulso. Você
gasta dinheiro, perde espaço no armário e causa impacto ambiental pela
fabricação e transporte das mercadorias.
Evite a lavagem a secoMáquinas de lavar a seco usam
tetracloroetileno, substância cancerígena. Procure o wet cleaning ou CO2
líquido. Muitas peças que antes eram lavadas a seco já podem ser lavadas à mão,
especialmente de seda, lã e linho; olhe a etiqueta.
Lave bem
Para economizar energia, água e sabão, junte
bastante roupa antes de ligar a máquina. Escolha sabão e tira-manchas
biodegradáveis e livres de fosfato. Ao comprar lavadora e ferro, verifique se o
produto tem o selo Procel de Economia de Energia Elétrica.
Diga sim aos brechós
E a bazares, feirinhas e até trocas
entre amigas: são ótimas pedidas.
Vista orgânicos com seloPrefira sempre as roupas
confeccionadas com tecidos orgânicos que possuam selo de autenticação.
Encontre nova utilidadeReinvente o uso de roupas e
acessórios antigos. Seu armário guarda peças com potencial fashion. Para
ajustes, vá à costureira. Doe o que não usa mais.
Escolha roupas "éticas"
Várias empresas aumentam os
lucros com práticas ilegais e antiéticas, como o subemprego. Saiba como atuam os
fabricantes de suas roupas. Valorize os que respeitam o meio ambiente e a
sociedade.
Invista em peças artesanaisApóie iniciativas de artesãos
que criam com base em reciclados. Fontes Portal TreeHugger [www.treehugger.com]
e Instituto Akatu [www.akatu.org.br]. Veja também o Manaul de Etiqueta do
Planeta Sustentável [http://planetasustentavel.abril.uol.com.br/cartilha/]
Leia também:A nova moda
[
http://planetasustentavel.abril.uol.com.br/noticia/atitude/conteudo_245161.shtml]
Nenhum comentário:
Postar um comentário